sexta-feira, 25 de abril de 2008

COPIAR NÃO É PRECISO

Todos os dias têm alguma surpresa. Recentemente foi o Presidente da República falando em exportar inteligências. Hoje ao receber a revista do IDEC, lemos à página 20/Abril-2008: COPIAR É PRECISO.

A alegação de que há falta de livros nas bibliotecas, seus altos custos ou mesmo a indisponibilidade em livrarias o que dificulta aos alunos o acesso a uma bibliografia básica específica, não justifica essa transgressão aos direitos autorais. O tempo investido pelo autor, os custos de produção, editoração, distribuição, comercialização, etc., tem um custo que não se resume ao valor monetário final do livro. Mesmo os livros que são subsidiados por verbas públicas, contém um conhecimento que não é um ‘Produto Perecível’. Os “produtores dessa mercadoria” não podem ser punidos. Quanto às distorções na distribuição de verbas públicas para a editoração de livros que atendem ao ensino seja ele básico ou universitário, devem ser corrigidas para que não assistamos ao que recentemente ocorreu em alguns estados da federação em que estoques inteiros de livros didáticos foram destinados à reciclagem de papel sob a alegação de “Validade Vencida”, como se conhecimento fosse um produto perecível! (sem mais comentários).

COPIAR NÃO É PRECISO! – Essa mesma problemática de falta de livros sempre foi uma constante, e nem por isso os alunos deixavam de estudar e consultar os livros específicos, mesmo livros em idiomas estrangeiros, muitas vezes emprestados pelos professores quando os mesmos não existiam nas bibliotecas.

Como era resolvida essa problemática? – Muito simples! – Os alunos aprendiam a FICHAR O LIVRO. Era feito um resumo, em fichas, metódico, criterioso, do livro todo, respeitando cada capítulo, desde a introdução até as conclusões. Cada aluno se responsabilizava pela elaboração das fichas de um ou dois livros ao mês, de acordo com suas habilidades lingüísticas. Essas fichas eram trocadas entre os alunos para estudo em grupo e expostas em seminários sob a supervisão dos professores, com muito bom resultado no aprendizado dos conteúdos específicos das diferentes disciplinas.

Quem realmente está interessado em aprender, veste a camisa de estudante. Receber uma cópia de um texto é muito cômodo. Aprender o conteúdo específico demanda estudo, esforço individual aliado a um grupo de estudo. Ao FICHAR UM LIVRO o aluno estará fazendo um aprendizado muito superior ao que vai conseguir lendo um texto copiado, mesmo que autorizado pelo autor.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

INVERSÃO DE VALORES

-Afinal, por que a Educação vai mal? – Podemos fazer uma relação de fatores; no entanto vamos resumir em uma frase: - “Houve uma inversão de valores”. Apenas isso!

A Educação precisa ser repensada no Brasil. Chega de copiar teóricos ou modelos de outros países. Temos que pensar no aluno como indivíduo; ele tem uma personalidade em formação, em fase de crescimento físico, vencendo etapas e é portador de capacidades intelectivas próprias que independem do meio sócio-econômico em que vive, ou da sua origem social, étnico-racial ou credo religioso que pratique. Cada aluno é um universo à parte.

Quando retiramos do aluno o estudo como prêmio, o desafio de vencer barreiras se torna nulo.

O exame de admissão ao ginásio, à seleção para o colegial, o Vestibular para a Universidade, correspondiam a novas etapas que gradativamente eram vencidas, simbolizando uma espécie de iniciação. Nessas fases os próprios alunos tinham a oportunidade de se auto-avaliarem para escolher caminhos profissionais conforme suas aptidões que já começavam a se definir. O aluno tinha orgulho do colégio que freqüentava, do uniforme que usava, e sabia apreciar o ensino ministrado por professores valorizados.

Somos pelo ensino como prêmio para todos aqueles que desejem aproveitar suas capacidades de aprendizado de conteúdos específicos para determinadas profissões. É preciso respeitar as diferenças intelectivas de cada aluno, que como já dissemos, independem de sua origem, classe social, etc.

Hoje o ensino tornou-se OBRIGATORIO, quase um castigo, e os pais que não matricularem seus filhos em escolas são considerados criminosos!

(É A LEI!) – Tudo o que é obrigatório torna-se um peso; é um desgaste. Bolsa Família, bolsa educação, bolsa universitária? – uma faca de dois gumes. Cria a obrigação, não o estímulo. O aluno e a família são lembrados constantemente que estão sendo pagos para estudar! O direito ao estudo passa a ser um constrangimento, uma coação, um castigo. Isto é uma inversão de valores.

Como ex-professora do ensino público e particular de 1º e 2º grau, Magistério e pré-universitário, guardo boas lembranças. Foram anos produtivos enquanto não havia a obrigatoriedade de aprovar e trabalhávamos com alunos motivados para aprender. A introdução de conceitos para avaliação de conteúdos específicos foi um desastre a nosso ver. Os próprios alunos se sentiam um pouco enganados, misturando avaliações de conteúdos programáticos com comportamento individual.

Todos sabem que um diploma universitário nem sempre é sinônimo de sucesso profissional. O falso conceito propagado de:- “Universidade para todos!” – está levando a uma massificação do ensino de baixa qualidade, nivelando todos por baixo e para baixo, pois não estão sendo respeitadas as diferenças intelectivas dos nossos alunos. E, com uma agravante, para muitas profissões há falta de mão de obra que independe de diploma universitário.

Em uma Democracia plena, direitos e deveres se complementam, não se sobrepõem. Vamos restabelecer os Valores como devem ser?

Martina Sanchez

segunda-feira, 14 de abril de 2008


APRENDENDO A APRENDER

Um texto é uma página em aberto para desdobrá-la em muitas direções. Foi essa a visão que meu professor de língua portuguesa e de latim nos passou ao ensinar à classe a “Brincar com o Dicionário”, num jogo divertido, instrutivo e fácil de ser aplicado a qualquer tema de leitura seja texto didático ou não.

O hábito adquirido na época, e que facilitou o aprendizado num momento em que ainda tínhamos dificuldade em lidar com dois idiomas – o castelhano em casa e o português na escola, continuam a ajudar no dia a dia quando nossa curiosidade nos leva a textos novos – cada conteúdo tem a sua linguagem própria.

Certa vez desafiei meus alunos a aprender a ler o que não estava escrito e que estava subentendido na linguagem do autor. Se lhes tivesse pedido para consultar o dicionário simplesmente, a maioria não teria prestado atenção. A curiosidade aguçada e lá estavam eles, não todos, mas boa parte “brincando com o dicionário”.

Expomos o assunto no livro: “Pequeno Tratado de Literatura Infantil e Infanto Juvenil”. Exemplo: escolha uma palavra numa frase e busque o significado; a seguir, escolha um dos significados e busque novamente; anote e escolha uma das novas palavras, assim sucessivamente, formando uma rede de informações.

Esta é uma técnica simples de aprender muito além do que está escrito em um texto. Divirtam-se.