-Afinal, por que a Educação vai mal? – Podemos fazer uma relação de fatores; no entanto vamos resumir em uma frase: - “Houve uma inversão de valores”. Apenas isso!
A Educação precisa ser repensada no Brasil. Chega de copiar teóricos ou modelos de outros países. Temos que pensar no aluno como indivíduo; ele tem uma personalidade em formação, em fase de crescimento físico, vencendo etapas e é portador de capacidades intelectivas próprias que independem do meio sócio-econômico em que vive, ou da sua origem social, étnico-racial ou credo religioso que pratique. Cada aluno é um universo à parte.
Quando retiramos do aluno o estudo como prêmio, o desafio de vencer barreiras se torna nulo.
O exame de admissão ao ginásio, à seleção para o colegial, o Vestibular para a Universidade, correspondiam a novas etapas que gradativamente eram vencidas, simbolizando uma espécie de iniciação. Nessas fases os próprios alunos tinham a oportunidade de se auto-avaliarem para escolher caminhos profissionais conforme suas aptidões que já começavam a se definir. O aluno tinha orgulho do colégio que freqüentava, do uniforme que usava, e sabia apreciar o ensino ministrado por professores valorizados.
Somos pelo ensino como prêmio para todos aqueles que desejem aproveitar suas capacidades de aprendizado de conteúdos específicos para determinadas profissões. É preciso respeitar as diferenças intelectivas de cada aluno, que como já dissemos, independem de sua origem, classe social, etc.
Hoje o ensino tornou-se OBRIGATORIO, quase um castigo, e os pais que não matricularem seus filhos em escolas são considerados criminosos!
(É A LEI!) – Tudo o que é obrigatório torna-se um peso; é um desgaste. Bolsa Família, bolsa educação, bolsa universitária? – uma faca de dois gumes. Cria a obrigação, não o estímulo. O aluno e a família são lembrados constantemente que estão sendo pagos para estudar! O direito ao estudo passa a ser um constrangimento, uma coação, um castigo. Isto é uma inversão de valores.
Como ex-professora do ensino público e particular de 1º e 2º grau, Magistério e pré-universitário, guardo boas lembranças. Foram anos produtivos enquanto não havia a obrigatoriedade de aprovar e trabalhávamos com alunos motivados para aprender. A introdução de conceitos para avaliação de conteúdos específicos foi um desastre a nosso ver. Os próprios alunos se sentiam um pouco enganados, misturando avaliações de conteúdos programáticos com comportamento individual.
Todos sabem que um diploma universitário nem sempre é sinônimo de sucesso profissional. O falso conceito propagado de:- “Universidade para todos!” – está levando a uma massificação do ensino de baixa qualidade, nivelando todos por baixo e para baixo, pois não estão sendo respeitadas as diferenças intelectivas dos nossos alunos. E, com uma agravante, para muitas profissões há falta de mão de obra que independe de diploma universitário.
Martina Sanchez