segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

AS ROSAS DE NATAL - LENDA

Conta a lenda que vivia um monge a cuidar dos jardins do mosteiro. Sonhava em um dia conseguir produzir as mais belas e perfeitas rosas para enfeitar a noite de Natal!
Certo dia quando admirava sua mais nova experiência com belas pétalas coloridas e perfumadas, foi interrompido por rústica aldeã que descera da montanha onde vivia e se detivera para olhar o jardim do mosteiro.
Diante do entusiasmo do monge ela não se contém e diz: - O jovem monge julga belas suas rosas, porque não conhece as que eu conheço.
Intrigado o monge perguntou: - Poderia mostrá-las, senhora?
-Claro! No próximo Natal, lá na floresta onde moro. - e se despediu com um aceno.
Impaciente o monge esperou a chegada do Natal. Pediu então licença para se ausentar durante a noite. Ia finalmente conhecer as rosas perfeitas que ele tanto desejava produzir.
Ao anoitecer chegou à cabana lá no alto da montanha onde vivia a aldeã. Um manto espesso de neve recobria o solo da região. O frio intenso atormentava o jovem monge. De bom grado aceitou um prato de sopa para se refazer da longa caminhada e do frio congelante. Fora informado que as rosas só seriam vistas à meia-noite. Aguardou até que soou lá distante no vale a primeira badalada do sino da Igreja. Era meia-noite!
Sem dizer palavra a aldeã envolta em ampla manta saiu da cabana. O monge a seguiu. Tudo estava escuro e continuava coberto de neve - a natureza parecia morta... Quando soou a segunda badalada do sino o monge percebeu que uma onda de luz varreu a floresta. A cada nova badalada novas e mais intensas ondas de luz seguidas de suave música invadiam a floresta iluminando tudo ao redor. E, finalmente, num passe de mágica a neve desapareceu como um tapete a ser enrolado, um calor aconchegante se estabeleceu, pássaros acordaram e começaram a cantar, borboletas multicoloridas voavam em todas as direções. Ele viu que alí bem aos seus pés estavam a brotar pequenas plantas que cresceram e começaram a florir....Rosas! Lindas rosas tão perfeitas quanto se poderia imaginar. Eram as maravilhosas Rosas de Natal!
O monge caiu de joelhos. Não se deu conta que o tempo não para. As badaladas do sino cessaram. A escuridão voltou e junto a ela a neve. A natureza célere se recolheu. As rosas se esvairam tão rápido como haviam aparecido. Desesperado atirou-se ao solo e milagrosamente conseguiu junto a lama e neve um pequeno broto da maravilhosa Rosa de Natal.
Voltou para o mosteiro com o seu prêmio. Sabia que só no próximo Natal poderia por alguns momentos apreciar tão bela dádiva da natureza. Humildemente dedicou-se a seus afazeres, feliz por ter sido testemunha de tão maravilhosa manifestação divina.