Reprovar um aluno que não aprendeu o básico dos conhecimentos sistematizados que compõe o currículo escolar, não é uma punição. É uma avaliação de uma situação e como tal deve ser analisada e cuidada.
Quais as causas que levaram o aluno a não aprender?
Há muitas causas. Além da falta de vontade de estudar e da preguiça, podem ser:
- imaturidade;
- problemas emocionais;
- deficiências cognitivas;
- problemas de audição ou visuais;
- DISLEXIA - que se caracteriza pela dificuldade de decodificar e soletrar - troca letras, confunde símbolos. Tem dificuldade para escrever, letra feia, dificuldade com ortografia, com leitura, matemática, é desorganizado, a memória de curto prazo é fraca, etc.
Para não enfrentar a realidade das condições reais dos alunos, tem sido mudadas as formas de avaliar o rendimento escolar, sem no entanto obter uma melhoria no aproveitamento e aprendizado dos conteúdos, por parte dos alunos.
Antigamente havia as bancas examinadoras; provas aplicadas e corrigidas sem identificação do alunos. A segunda época criava a oportunidade de alunos, através de aulas particulares, melhorar o aprendizado e passar por uma nova avaliação, em geral com bons resultados. A segunda época foi substituída pela "recuperação" que não recupera; e, pela dependência em uma disciplina (que não deu certo). Há 20 anos atrás foram criados os "Conselhos de Classe" formados por professores da classe (5ª a 8ª séries) que avaliavam em conjunto a possibilidade do aluno reprovado em duas disciplinas passar para a série seguinte. Em geral era dada essa oportunidade a todos os alunos nessa condições...
Hoje os cursinhos se tornaram uma indústria lucrativa para "ensinar" o que antes fazia parte das aulas particulares que davam bons resultados. Os jovens já se condicionaram à "necessidade" dos cursinhos - e agora há o ENEM!
Já se tentou de tudo: desde um peso atribuído à frequência, ao bom comportamento do aluno, à aprovação automática, à progressão continuada, etc.
O "laboratório" em que foi transformado o sistema educacional brasileiro gera "teorias", montanhas de "relatórios" burocráticos, "dados estatísticos", etc., etc., que em nada melhoram o aprendizado. E o pior, é que todos conhecem as causas, mas não as corrigem.
O conceito de "pobre" ou de "filhinho de papai" para justificar o baixo nível obtido na escola pública contra um nível melhor nas escolas particulares não convence e não passa de desculpas esfarrapadas. A escola pública já foi muito boa, enquanto que a particular tinha fama de "pagou, passou"... Alunos de escolas públicas num passado não muito remoto (anos 50/70) conseguiam fazer vestibular (prova escrita e oral, com banca examinadora) sem ter que passar por cursinhos. Não havia essa de rico ou pobre. Havia quem sabia e queria estudar, que tinha interesse em aprender.
Desculpas há de sobra.
As causa são conhecidas de todos.
Falta comprometimento dos responsáveis pelo sistema educacional.
Hoje, parece que a escola passou a ser um castigo maior (pela obrigatoriedade) do que a reprovação de antigamente!