Publicam-se milhões de livros anualmente no mundo todo. É simplesmente impossível a um leitor, mesmo o mais aficcionado conhecer pelo menos a lista dos livros publicados. A cada dia aumenta mais o número de publicações graças às novas tecnologias o que tem facilitado o trabalho editorial.
O problema na verdade não está em editar um livro. O problema é fazer com que os livros cheguem aos leitores interessados. O público leitor em potencial é imenso, a diversidade de gostos também, a variedade de temas a serem abordados idem.
Há espaço para se publicar livros dos mais variados assuntos, e que no entanto nem todos os assuntos encontrarão um vasto público de leitores. Porém não deixam de ser de interesse.
No Brasil produz-se bastante e lê-se pouco. A maior parte dos exemplares vendidos no Brasil é de livros escolares, com leitura compulsória, o que dá uma média inferior a dois livros por leitor alfabetizado. É preciso vencer as barreiras para que novas pessoas entrem para o círculo de leitores.
As barreiras começam pela dificuldade de informação sobre a existência do livro certo para o leitor certo. O Brasil tem razoável produção editorial, porém ainda faltam leitores. E eles existem.
Os fatores dessa discrepância está:
1- Falta de bibliotecas públicas onde aqueles que não tem recursos para adquirir livros, possam frequenter não só para estudos, mas como uma opção de lazer através da leitura.
2- Faltam politicas específicas que facilitem o acesso da população ao livro - todos se queixam do preço que poderia ser menor.
3- Não existe um apoio efetivo, abrangente, ao escritor como profissional.
4- Livrarias - as que existem tem que concorrer com o governo federal para vender livros. A maioria dos leitores escolares (obrigados a ler) recebem livros grátis de programas do governo que tem seus "escritores".
Abrimos aqui um parênteses para falar dos "escritores fantasmas" que sobrevivem escrevendo biografias de pessoas que querem deixar algo registrado, mas não sabem escrever; eles também escrevem discursos para políticos, autoridades, elaboram teses de doutorado e mestrado, trabalhos escolares, etc.
5- O vendedor de porta em porta praticamente desapareceu.
Algumas propostas de levar o livro onde o leitor em potencial está como as campanhas do "livro perdido", do "livro emprestado", "livros doados", etc., atendem um ínfima parcela de leitores em potencial.
O trabalho de divulgação através da Internet é bom, porém atinge a uma pequena parcela. Infelizmente a pirataria tem sido um problema nesta área.
O ideal é a criação de Bibliotecas comunitárias a exemplo do que ocorre em outros países.
Os cidadãos com apoio dos órgãos públicos organizam suas bibliotecas. Estas bibliotecas tem acesso constante às publicações em todas as áreas de interesse através de um banco de dados oficial. Assim, ficam aptas a adquirir com verbas particulares da comunidade cinco exemplares de cada nova obra publicada e devidamente registrada. Estas obras ficam à disposição dos cidadãos não só para consulta na biblioteca, mas que podem ser levadas para ler em casa. Como todos os cidadão da comunidade são co-responsáveis pela biblioteca, não há perdas, danos ou extravio de livros.
Alternativa existe. Basta por em prática.