Pressupõe-se que todo candidato que se apresente a concorrer a um cargo público não apenas tenha propostas e projetos para apresentar aos cidadãos, como também tenha capacidade de fazer um planejamento para executar obras. Infelizmente não é o que ocorre.
A maioria apresenta projetos maravilhosos que funcionam como luzes de artifício para distrair e iludir o povo. E nunca sairão do papel.
Deveria ser exigido que junto com as "promessas" viesse um planejamento claro, objetivo, definindo o que fará ao ocupar o cargo qualquer que seja a área adminsitrativa ou executiva que vá exercer.
Nada é levado a sério. Os tempos passam e os fatos comprovam que tudo continua como no tempo de antanho. Há tempos li uma pequena encenação criticando o comportamento irresponsável dos políticos. Serve para ilustrar o que vai por esse mundão afora, guardadas as diferenças introduzidas pela modernidade:
"A POSSE"
Local - uma pequena cidade do longínquo interior.
Governo - exercido por políticos que sequer residiam na localidade.
Obras - tudo por fazer.
Ao final de quatro anos o povo aguarda a chegada do novo governante para substituir o antigo do qual quase ninguém mais lembrava o nome ou da fisionomia.
Novo Governante - Jovem idealista chega... animado com promessas de gordas verbas para o que fosse necessário fazer. É recebido com festa na pequena praça central. A bandinha toca, rojões estouram, bandeirinhas tremulam ao vento. A bandeira Nacional é hasteada no mastro instalado num pequeno pedestal no centro da praça. Discursos se sucedem: o de boas vindas, e o de posse do novo governante prometendo "dar continuidade às obras iniciadas na gestão anterior"...
No dia seguinte - após uma noite calorenta embalada por sinfonia de grilos a cantar e sapos a coaxar, além dos pios de uma coruja no telhado, o novo governante ainda sonolento vai ao gabinete dar início aos trabalhos. É atendido pelo secretário, homem simples, de boa fé, pronto a cumprir ordens.
O diálogo:
Governante - Quais as obras iniciadas no governo anterior ainda não concluídas?
Secretário - apontou pela janela do gabinete para a pracinha poeirenta e disse: - Ele mandou instalar o mastro da bandeira naquele pedestal.
Governante - chega até a janela, observa, avalia e diz: - Ah! muito bem. E que mais?
Secretário - prometeu pintar o mastro e plantar grama no jardim...
Governante - Aaahhhh!!!! - mais alguma coisa?
Secretário - Não senhor. Ele viajou e não voltou mais...
Governante - AAAHHHH!!!! - Vamos por mãos à obra! (abriu uma pasta, retirou um maço de dinheiro e entregou ao secretário). E ordenou: - Compre uma lata de tinta e mande pintar o mastro. Coloque uma placa na base do pedestal com o nome do fundador da cidade... Na volta falaremos da grama do jardim...
- Sim Senhor! - O secretário saiu feliz. Nunca vira tanto dinheiro de uma só vez. Pensou consigo: - Agora vai!!!
Enquanto o povo se distraiu com a "continuidade das obras", matreiramente o jovem governante partiu. Nunca mais foi visto na cidade. Dias, meses, anos... se passaram. Só aí o secretário entendeu as palavras: - "Na volta falaremos da grama do jardim"....
(Pano Rapidíssimo.......)
Quantos ainda haverá por esse mundão de Deus, embolsando verbas e pintando mastros de bandeiras?
Nota: Não deixe por conta só dos políticos o cuidado com os interesses de sua cidade; participe, envolva-se. Seja um cidadão de verdade.