Chega a ser ridícula a afirmação de que o número de pobres deve cair 50% até 2014, que hoje pobre pode comer danone e bife, que pobre tem"renda" (bolsa-família!!!!), que pobre tem carteira assinada, que pobre frequenta faculdade... Nada contra que os pobres tenham do bom e do melhor. Afinal são seres humanos e como tal devem ser respeitados em seus direitos, inclusive ter dignidade, respeito próprio, liberdade, e o fim do descaso com que tem sido tratado pela imposição de uma mentalidade materialista que sufoca a sua espiritualidade e o transforma em uma presa fácil da falácia dos senhores políticos.
Fazendo uma comparação do pobre de mais de meio século atrás e o de hoje com todas as benesses que o governo diz ter-lhe outorgado, como um "deus" aos seus "servos", tenho certeza que o pobre de ontem era muito mais rico e feliz que o atual.
Para quem não sabe, aqui vai um pequeno resumo de como vivia um pobre tempos atrás: - " O 'pobre matuto lá do sertão' tinha uma vida tranquila!... morava numa pequena casa de taipa, ou de tábuas, ou mesmo em uma casa de tijolos numa colônia em alguma fazenda. Tinha a sombra das árvores para descansar nas tardes modorrentas, ao som do marulhar das águas do ribeirão, do canto dos pássaros ao alvorecer e no fim da tarde (a hora do grito!). Deitava com as galinhas, acordava com o canto do galo e o sol despontando no horizonte, após uma noite embalada pelo canto dos grilos (grilo dá sorte!) e do coaxar dos sapos. Almoço às 8 horas da manhã. O cardápio era simples, mas 'substancioso", produzido ali na roça, saudável, sem problemas de embalagens poluidoras ou validade vencida. Constava de feijão com farinha de milho torrada (da amarelinha) ambos produtos colhidos ali ao lado da casa. Tudo temperado com toucinho do porquinho criado no quintal, pimenta colhida na beira da mata, etc, tudo cozido na panela de ferro no fogão a lenha. Para variar havia ovo caipira da galinha carijó, cozido ou estrelado, broa de fubá. Pamonha, angu, mingau de fubá, milho assado na brasa, batata doce assada na cinza do fogão; a tradicional cambuquira com milho verde e caldo de galinha. Pipoca! Doce de abóbora, de castanha de coquinho, de mamão, de cidra, de goiaba, de jabuticaba, passoca de amendoim... Não faltava o tradicional lambari pego com peneira no remanso do ribeirão, e às vezes até camarão de água doce, além de cascudo e outros pequenos peixes. Caça? - variada. Frutas que só ele conhecia e coletava nas longas caminhadas pelos campos. Havia café de coador com garapa, rapadura ou açúcar mascavo. Tudo muito, Muito, MUITO mais saudável do qualquer bife ou danone do mundo moderno considerado como produto de inclusão na classe fora da pobreza... Que pobreza de mentalidade a desses avaliadores da condição humana atual!
O pobre de antigamente não enfrentava transito para ir trabalhar, não tinha que pagar aluguel, nem gás, nem luz elétrica, nem tinha que conviver com lixões, nem corria o risco de balas perdidas... Hoje seus netos vivem a pobreza moral da sociedade materialista do "use e jogue fora"; tem que se sujeitar a salários miseráveis e ainda achar que é feliz porque consta das estatísticas governamentais do "bolsa tudo", cotas, programas assistenciais, mas que faz parte de uma engrenagem onde os falsos valores inibem sua personalidade. Quem acorda desse marasmo quer fugir... e a porta de saída nem sempre é a mais honesta.
O "POBRE" está desaparecendo, ou está mudando de cara?
Falam tanto de um mundo novo de paz e harmonia. Era nesse mundo de paz e harmonia que o pobre de antigamente vivia lá no "sertão"... Infelizmente foi sufocado pelo modernismo materialista e hoje vive na favela, nas periferias, em lixões, nas ruas, sob pontes, presa do crime, das drogas, das balas perdidas.
A crise do capitalismo expõe uma chaga que nenhum sistema proposto pelo socialismo nem pelo comunismo são capazes de resolver, pois ambos os sistemas são "viciados em capital". Todos com suas intervenções só tem prejudicado o cidadão.
Acabar com a pobreza? - concordo em que deve acabar com a situação de miséria a que o cidadão foi atirado por aqueles que se locupletam dos cofres públicos.
Estatísticas são feitas com elementos imponderáveis e ninguém consegue domesticar o imponderável!
Pobres sempre existirão. E a pior pobreza não é a material, mas a pobreza moral, e falta de espiritualidade.
É como dizia uma família pobre: "somos pobres, mas não somos ordinários" (sic).