sábado, 22 de novembro de 2008

A RODA DE FIAR

"Roda de Fiar" - objeto de museu?
Para as novas gerações do mundo moderno certamente não passa de uma curiosidade vista em algum museu ou fotos do "passado"...
Saibam que a Roda de Fiar era uma das grandes paixões de Mahatma Gandhi.
Curioso! Um homem tão importante ter-se fixado no uso da roda de fiar e passar a usá-la como um símbolo!
O motivo nobre deste personagem simples e sábio se prendia a uma previsão do futuro... Antevia ele a evolução desastrosa a que a humanidade estava sendo atrelada com a industrialização iniciada em fins do século XIX na Inglaterra. E as novas tecnologias vinham sendo impostas à força pela dominação inglesa na India.
Em seu protesto de resistência pacífica ele usava a Roda de Fiar. Procurava através dela catalisar a consciência de milhões de indianos num alerta contra os perigos da desumanização do trabalho.
Em uma visita que fez a Yogôda Sat-Sanga Bramachárya, escola de treinamento yoga em Ranchi, na Índia, Gandhi deixou registrado no livro de visitantes: -"Este Instituto deixou profunda impressão em minha mente. Nutro grande esperança de que esta escola venha incentivar, dentro em breve, o uso prático da roda de fiar" - era o ano de 1925. Gandhi adotara a roda de fiar em 1917 como símbolo de auto-ajuda e de independência nacional.
Homem frágil que nada possuia de bens materiais, ensinava pelo exemplo o que consistia a libertação não só do país, mas principalmente da auto-libertação. Dizia: -"Ninguém pode fazer o bem aos outros sem ser bom em si mesmo".
Seus instrumentos de ação foram: o exemplo, o jejum, a meditação, o perdão, o sacrifício e a prática invencível da não violência (ahimsa) e do apego à verdade (satyagraha). Sua arma era ele mesmo.
Sempre citado e lembrado e pouco ou nada imitado, se vivo ainda fosse, que teria ele a dizer e ensinar?
"A RODA DE FIAR" certamente ainda é o melhor símbolo de não violência para salvar o homem, a natureza e o planeta!

Mahatma Gandhi nasceu em 1869 sob o domínio do Império Inglês na Índia. Faleceu em 1948 (assassinado) - com uma pátria livre e independente. Sua luta não foi em vão.