sexta-feira, 3 de julho de 2009

MEMÓRIA PALEOCLIMÁTICA

Costuma-se dizer que a memória é curta.

Em termos de climas, a memória é curtíssima.

Por falta de estudo e de informações corretas abrangendo espaços de tempo maiores, as pessoas se esquecem em primeiro lugar que uma das características do clima é a sua permanente variação.

As grandes variações climáticas observadas no passado são maiores e mais importantes do que o que está sendo anunciado pelo "aquecimento global" confundindo alterações climáticas e ação predadora/poluidora do homem, colocando tudo na mesma temática.

Estudando os grandes movimentos de conquistas e ocupação de terras no passado, percebe-se que os períodos de climas mais quentes determinaram uma expansão e ocupação de novas áreas, como por exemplo: a formação do império romano; a presença dos Vikings na Groenlândia e ao norte da América do Norte entre 1150 a 1300; as grandes descobertas e expansão marítima; a expansão de culturas de vinhas no norte europeu, atingindo até a região da Escócia, etc.São períodos de prosperidade. Quando falamos em continente Africano, poucos sabem que a África  nos anos 60 se beneficiou com altos índices pluviométricos o que fez com que a região do deserto do Saara recuasse para o Norte; a situação se inverteu em 1972. Na Sibéria o inverno do ano 2000 apresentou  temperaturas mais baixas que o habitual e  a Mongólia teve de recorrer à ajuda internacional para enfrentar um inverno rigorosíssimo.

Na África entre 18 mil e 15 mil anos atrás quando a Terra passava por um período glaciário, as temperaturas médias eram 5ºC inferiores às atuais. O deserto do Saara era mais extenso e o continente quase não tinha florestas.  Já entre 8 mil e 6 mil anos atrás, as temperaturas no continente africano eram superiores em 2ºC às atuais e as florestas também eram maiores. que atualmente. No deserto do Saara havia chuvas abundantes apresentando grande número de lagos e pântanos. A criação de gado era atividade normal na região.

No Brasil, já tivemos períodos de glaciação seguidos de grandes desertos onde hoje é o interior de São Paulo; houve a presença de animais de grande porte como os dinossauros em várias regiões e a Amazônia foi fundo de mar, ou melhor, um golfão que foi sendo colmatado por sedimentos restando hoje a imensa rede hidrográfica do rio Amazonas. Assim como a grande região do atual pantanal mato-grossense foi palco de transgressões e regressões marinhas no passado. Tudo faz parte de um processo de mudanças e variações climáticas naturais e dos constantes e gradativos ajustes da superfície terrestre e respectivo equilibrio das grandes massas oceânicas. Em consequência a paisagem vegetal vai se adaptando às temperaturas e tipos de solos das quais dependem para se fixar e se desenvolver. Algumas espécies dependem do calor intenso para se reproduzir; é o caso de espécies da floresta canadense – a ação da natureza com incêndios com a combustão espontânea de gás metano produzido pela própria floresta faz o trabalho de preparo das sementes dessas espécies para que se reproduzam.

As alternâncias climáticas são uma constante.

O aquecimento atual ou os períodos glaciais que ora avançam, ora recuam, não são culpa do homem. Ele apenas sofre suas consequências ou se beneficia conforme o momento histórico que esteja vivendo.

Preservar a natureza é uma boa prática – mas é preciso mudar hábitos e isso depende de "interesses" de alguns em detrimento de muitos.