domingo, 20 de fevereiro de 2011

A CASA DOS MEUS SONHOS

- A CASA DOS MEUS SONHOS? -  Fica ali, bem ali. No meio do campo aberto rodeada de colinas floridas e banhadas de muita luz. Tem lindas janelas sorridentes; portas acolhedoras; teto brilhante; varanda ampla, luminosa, arejada olhando para o nascente...

O verde do gramado das árvores se mistura ao azul do céu que brinca com as cores brilhantes do jardim em perpétua mutação.

Uma fonte a marulhar entre pedras e plantas aquáticas percorre o caminho das pedras... Carpas, as carpas de minha infância estão alí no remanso sombreado do majestoso angico florido...

Canto de pássaros nas árvores. Calor refrescante na aragem da manhã, do meio dia, e do fim da tarde. Luz prateada à noite de luar, a competir com as estrelas a tilintar no céu negro profundo do  verão.

Borboletas! Muitas! Festivas a esvoaçar daqui para acolá, abre-fecha as asas aquecidas nos raios furtivos... Grilos a cantar... a incomodar. Não importa. Estão ali. São de casa. Como a cigarra a cantar até secar no tronco da árvore. Como o pio das aves noturnas, eternas guardiãs dos telhados...

Cortinas a esvoaçar indicam o aconchego do recanto, em encanto, a acenar para as doces fragrâncias da natureza  e a se mesclar com as gotas de paz que caem por todos os lados.

Ao ouvir o tilintar cristalino de delicados sinos tocados pelos raios luminosos ao esbarrarem na abóboda celeste das manhãs primaveris, sinto a vida a renovar. Lindo! Quem já não os ouviu alguma vez na vida? – Indescritível a beleza do som. São momentos como esses a nos brindar a lembrança que nos renovam a alegria um dia vivenciada.

A casa dos sonhos existe, porque eu a construí. Conservei. Ampliei. Ornamentei. Renovei. Coloquei cada um dos tijolinhos coloridos, cada telha protetora, cada parede amiga, cada porta acolhedora, cada janela sorridente, cada cortina esvoaçante... e deixei que a natureza se encarregasse do resto.

Esse é o recanto que me acompanha para onde quer que eu vá, more ou mude... Está a salvo das tempestades da vida e dos vendavais da sorte. Esse recanto do meu universo é real, tão real como o mundo em que vivemos a renovar sonhos. Tudo é natural. Normal. Secreto aos olhos indiscretos dos incrédulos.