sexta-feira, 1 de outubro de 2010

MAGIA DO VENTO

Vento, ar em movimento movimentando a vida e os pensamentos...
Ele vai e vem. Corre de um lado para outro como moleque levado. Sopra, silva, ruge feroz. Afaga e brinca de esconde esconde...Renova os ambientes pesados, distribui aromas, leva poeiras, traz chuvas, dispersa pequenas sementes aladas - promessas de vida a se renovar...
Vai e vem. Bate na porta. Bate as janelas. Corre pelos telhados...
Amontoa nuvens lá nos céus. Esfiapa outras tantas.
Rasga florestas, atormenta campinas. Agita as folhas das árvores e transforma em balanço os galhos floridos de festa primaveril.
Revolve as ondas no mar, enquanto passeia despreocupado por aí.
É o vento, livre a correr mundo e fazer surpresas.
Foi ele, o vento, quem ontem, numa lufada inesperada me presenteou com uma frágil e delicada semente - fiapo de vida. A vida latente de gigante e frondosa "Paineira"!
E, nas asas do vento, lá fui eu de volta à terra natal e revi, ali bem perto de casa a bela e gigante paineira, vestida de rosa, toda faceira com galhos voltados para os céus a espera de, num passe de mágica, dispersar ao vento os alvos fiapos - promessas...
Revejo por momentos o vale que, a cada novo ano se tornava mais belo com sua frondosa presença. Não estava só. Não muito distante, na curva da estrada, como a aguardar o passante, outras belas e frondosas paineiras, vestidas de gala, reinavam imponentes, coloridas, convidativas, a espera de sua missão cumprir: a de alegrar, de embelezar, abrigar e a de dispersar ao vento os fiapos de sonhos de um novo amanhã.
E o vento brincalhão, depois desta reinação, levou para longe a pequena semente que eu segurava nas mãos...

-"Paineira" - (chorisa speciosa) - também conhecida como barriguda. Grande árvore brasileira de tronco grosso e forte, folhas digitadas e enormes flores róseas, altamente ornamentais; do fruto fornece a paina - fibras macias sedosas, parecidas com algodão utilizadas na indústria.