- NÃO!!!
- O Homem modifica o meio em que vive e sofre as consequências de sua falta de senso.
Enquanto políticos e ambientalistas discutem "o aquecimento global" (que na verdade é um resfriamento da Terra), acusando o homem pelas mudanças climáticas, a Natureza faz valer suas leis. Os noticiários estão aí diariamente a constatar que o homem é um mero elemento que chegou por último na ordem da Criação; tem que se adaptar ao meio, ou sofrer as consequências.
Hoje vamos falar das inundações que atingiram a capital Paulista.
- "Não para de chover... - A cidade está um caos! - Sinal de alerta!!!"
- Muito natural que chova. Sempre choveu. Sua situação geográfica é um dos fatores que influem nas chuvas. Notícia de 1º de Janeiro de 1850, dizia:
-"uma formidável tromba d'água despejada sobre São Paulo causou inundações, destruíu três casas e afogando uma pessoa, abateu a ponte da Abdicação, arrastando-a nas águas grossas do Anhangabaú".
Geograficamente a cidade de São Paulo ocupa uma "bacia" encravada entre serras. Os campos de Piratininga onde os jesuítas fundaram o Colégio era um aglomerado de morros, muito impróprio para a construção de um povoado mas que comportava uma casa forte. Entre esses morros com desníveis de mais de 100 metros, ziguezagueavam livremente os rios Tietê, o Tamanduateí, o Pinheiros, etc. em fraquíssima declividade e, durante grande parte do ano espraiados pelas extensas várzeas... E estes rios são recptores de inúmeros afluentes, sendo o rio Tietê o receptor de todas as águas do amplo vale; era o mais volumoso, de maior profundidade, piscoso, navegável... No passado a água fluia naturalmente entre os morros, por calhas naturais. Tudo desapareceu pela ocupação desordenada da região através da história paulistana.
São Paulo, polo natural de atração de migrantes de todas as partes do mundo e das diferentes regiões do Brasil em busca de oportunidade, cresceu de forma desorganizada, além de sua capacidade.
A urbanização ignorou o leito natural de cada rio. Todos eles foram sendo bitolados por mentes bitoladas que acreditavam estar "dominado o meio".
Hoje todos sofrem as consequências. As marginais inundadas param São Paulo. Ninguém entra, ninguém sai...
E o rio Tietê que foi um meio de comunicação com o interior, passou a ser o "vilão". Como via natural, assim podia e deveria ter sido conservado. Na década de 70, antes da ocupação desordenada tomar conta da Grande São Paulo, foi elaborado um plano para tornar o rio Tietê navegável em toda sua extensão, até o rio Paraná - a Hidrovia Tietê-Paraná. A CEAGESP, hoje vítima das inundações e naturalmente das obras mal feitas e mal administradas, deveria ser um Porto Fluvial na Capital Paulista.
A Hidrovia Tietê-Paraná foi abortada...
Os governantes (municipais e estaduais) que se sucederam nestes últimos 30 anos ignoraram o projeto. Se o projeto tivesse sido levado a cabo certamente muitas áreas que estão sob constantes inundações não teriam sido ocupadas e os prejuízo seriam minimizados.
Há duas saídas para o problema:
1- Promover um redirecionamento das populações que vivem nas áreas que deveriam ser ocupadas pelo leito natural dos principais rios, criando outros núcleos urbanos devidamente planejados;e
2- Devolver aos rios paulistanos o espaço deles na Natureza.
Quanto ao projeto da hidrovia sempre é tempo de colocar em prática. O rio Tietê pode e deve ser utilizado como meio de comunicação, como foi no passado.
Mesmo após 30 anos.