quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

NADA DE PESSIMISMO

De tanto ouvir autoelogios das sumidades constituídas, corremos o risco de começar a acreditar que um mar de rosas domina o cenário nacional.
Que bom seria!
Mas, meias verdades, não podem encobrir a realidade. É tempo de festas e de comemorações, por isso, nada de pessimismos... O que ficou por fazer foi muito além do que deveria ter sido realizado em relação aos compromissos assumidos pelos senhores do poder.
Popularidade em alta não é sinônimo de que tudo vai bem, infelizmente.
Ontem ao ouvir uma chamada do "Brasil para Todos" - propaganda governamental - que falava de que ninguém mais precisa deixar o país, numa alusão aos "exilados"..., ficou no ar a dúvida: - E os milhões de brasileiros que foram obrigados nestas últimas décadas a emigrar para outros países em busca de trabalho e de uma renda dígna? - E os empresários que se mudaram para o exterior para poder produzir? - E os técnicos e tantas outras pessoas que saíram por não ter perspectivas aqui em seu país?
Falta mão de obra especializada? - esta é a contradição gritante. Enquanto, das 12,7 milhões de famílias beneficiadas pelo "bolsa família", 5,3 milhões ainda vivem em condições miseráveis, apesar de receberem o benefício. Cerca de 50 milhões de cidadãos são assassinados ao ano. O consumo de drogas aumenta a cada dia. A ação nos morros do Rio de Janeiro merecem aplausos; tudo, no entanto, poderia ter sido evitado para que se chegasse ao estado caótico das favelas - e não é só no Rio. Faltou pulso adminstrativo, vontade política, responsabilidade social, etc.
É com tristeza que vemos a alta cultura desaparecer do país. Até a USP, a melhor Universidade do Brasil, sofre a decadência, efeito da vulgarização dos títulos em detrimento do conhecimento. Até o nobre título de doutor com defesa de tese já perdeu o sentido.
Mas, como disse: - nada de pessimismo. É preciso olhar a realidade como ela se apresenta se queremos reavaliar e renovar as metas e objetivos para um progresso em todos os setores. Apesar da estagnação imposta pela educação.
Há dois "Brasis" - Um que patina; e Outro, que trabalha, produz, estuda e que não se deixa arrastar pelo marasmo da incompetência. É este o que garante à Nação brasileira manter-se de cabeça erguida, com dignidade e com orgulho de sua brasilidade.
Sempre tive orgulho de meu país e de contribuir com meu trabalho pelo bem da Nação.
Que cada um cumpra com o seu dever. É o mínimo que se pode esperar de um bom cidadão!