terça-feira, 23 de novembro de 2010

PRECONCEITO E FALTA DE LIMITES

É importante que cada um tenha orgulho de sua cultura, de suas tradições, de seus valores.
A exaltação do que é positivo só enriquece a sociedade como um todo. Especialmente no Brasil onde encontramos povos de todas as origens. E, onde as bases de nossa população se alicerçam em três grandes grupos: o branco, o negro e o indígena. E, onde, da mistura desses três grandes grupos, sem preconceitos, surgiu uma nova geração étnica - a dos mestiços: mulatos, caboclos e cafuzos...
Da convivência pacífica e harmoniosa desses grupos chegamos à Nação que hoje somos. O respeito mútuo deve ser a tônica para todos. Limites são necessários, sejam de que classe for (A,B,C)... Não importa.
Se há exageros a ponto da agressividade se manifestar, é necessário rever hábitos arraigados. Nada é gratuito. Tudo tem suas causas, suas origens muitas vezes num passado distante que permitiu criar e cristalizar comportamentos inadequados às novas gerações, tornando-se um traço do grupo.
A diversidade étnica e cultural brasileira não chegou a criar "quistos", porém as manifestações de agressividade entre os diferentes causa preocupações. Por exemplo, no passado colonial brasileiro em que não havia "preconceito racial", brancos, negros e índios viviam em harmonia.
O aparecimento do mulato, produto da mestiçagem, também gerou um comportamento diferenciado para com ele, pois não era branco, nem negro, mas um filho do branco com uma negra, permitindo-lhe tudo, o que talvez tenha dado início a um conflito de identidade. É um dos assuntos referentes a certos comportamentos para os sociólogos analisar com cuidado.
Em "Cultura e Opulência do Brasil" - André J. Antonil (1928) descreve o quadro social criado na época da escravidão. Cita o provérbio: - "O Brasil é o inferno dos negros, purgatório dos brancos e paraíso dos mulatos e mulatas" - a quem tudo lhes perdoam; e parece que não se atrevem a repreendê-los; antes todos os mimos são seus" (sic).
Esse velho hábito de passar a mão na cabeça e tudo desculpar, não impor limites, não só aos filhos "diferentes" tem que ser revisto, e não é só um atributo em relação ao mestiço em geral.
São os comportamentos adotados pelos indivíduos que tem gerado mais "preconceitos". As características físicas são meros detalhes usados para manifestar a intolerância. Quantas pessoas brancas (de olhos azuis ou não) já não ouviram referências à sua cor de forma provocativa e até agressiva?- E os indígenas, os caboclos (caipira), etc... Inúmeras são as expressões do dia a dia e na literatura que servem para caracterizar pessoas de grupos diferentes os mais variados - os esteorótipos..
É preciso rever posturas.
A zona de conforto de uns não pode ser o inferno dos outros.
O segredo de aborrecer é sempre dizer a verdade.