Estamos acompanhando o grande cataclisma natural que atingiu o arquipélago japonês. Traduzir em palavras os sentimentos do que a TV tem mostrado é difícil.
Pequeno país de pouco mais de 377.700 km², o Japão é formado de 3 mil ilhas montanhosas; as principais são: Honshu, Hokkaido, Kyush e Shikoku. Está localizado no Oceano Pacífico exatamente sobre a chamada área do "círculo do fogo", área geologicamente instável, exposta às oscilações constantes de três placas tectônicas, cujos impactos geram terremotos de alta intensidade. Quando ocorrem no mar, causam os tsunamis conhecidos como maremotos ou raz de maré. A grande movimentação das placas da região produz a média mais alta de tremores registrados mundialmente; em Tóquio ocorrem três sismos perceptíveis por mês.
O sismo do dia 11 e março de 2011 atingiu 8,9 graus na escala Ricther, e pela localização do epicentro no oceano atingiu o nordeste do arquipélago provocando gigantesco tsunami que varreu cidades inteiras da região e destruiu a infra estrutura regional ao longo do litoral. As ondas também se propagaram pelo Pacífico indo atingir ilhas e a costa do Pacífico na América do Sul.
A tecnologia desenvolvida no Japão tem permitido certa segurança contra os cataclismos naturais, prevenindo e antecipando medidas de alerta à população, mas que nem sempre evitam o pior, como ocorreu agora.
A teoria que defende que a crosta terrestre é formada por imensas placas tectônicas separadas, e em movimento, flutuando sobre o magma, formando uma corrente de convecção, procura explicar a ocorrência dos intensos tremores de terra como os que ocorreram no Haiti (magnitude 7.0 no dia 112/01/2010), no Chile (magnitude 8.8 no dia 27/02/2010) e agora no Japão (8.9 de magnitude seguidos de mais seis tremores avaliados entre 6,3 e 7.1 segundo o Instituto Geológico dos EEUU - no dia 11/03/2011). Desde o dia 11/04 já ocorreram mais de 300 réplicas algumas com mais de 6 pontos de magnitude.
O movimento das placas é influenciado pelo movimento de rotação da Terra e pela força de atração da Lua. Há 9 placas principais e 16 menores que, ao se movimentarem liberam a energia produzida que é transmitida até a superfície por ondas sísmicas; essas ondas são medidas pela escala Richter (0 a 10) e a escala de Mercalli (graduada de 1 a 12).
Além da teoria do choque entre as placas tectônicas, outras causas também podem desencadear tsunamis catastróficos: 1) avalanches submarinas; 2) explosões de vulcões como o Krakatoa; 3) queda de asteróides no mar; 4) mudanças bruscas de temperatura sobre os oceanos.
Embora a alta tecnologia possa ajudar a minimizar os efeitos de um cataclismo, como os que têm ocorrido nos últimos anos ao redor do mundo, com destaque para a região do "círculo do fogo", o ser humano lhes sofre as consequências. Haiti, Chile, Japão, e muitas outras localidades como no interior da China, no Peru, Índia, Irã, ilhas da Indonésia, etc., continuarão expostas à ação da natureza.
O serviço geológico dos EEUU calcula que o Japão tenha sofrido um deslocamento de 2,4 metros até 20 metros no local mais afetado, e de 0,70 em outros locais.
O número de mortos e desaparecidos ainda são estimativas, pois a área litorânea do NE do Japão que foi atingida pelo tsunami é extensa. O cenário de destruição não deixa dúvidas sobre a gravidade do momento que está sendo vivido pelo povo japonês.
Outras consequências são os prejuízos econômicos decorrentes da interrupção das comunicações, de energia, abastecimento, bem como o acidente na usina nuclear de Fukushima que exigiu a remoção dos moradores da região.
Ao povo japonês, a nossa solidariedade. Temos certeza que serão bastante fortes para vencer mais esta adversidade.